sexta-feira, 20 de maio de 2011

Profundo

Ele, ao saber que uma certa garota com quem ele convivia gostava dele, procurou saber o que havia acontecido com ela.
As amigas confirmavam a todos o ocorrido... Mas ela não tinha aparecido...
Era 1º de Dezembro. Ele queria tirar aqui a limpo com ela - mas onde ela estava? As amigas não faziam ideia do paradeiro dela. Tentou ligar para a casa dela, também disseram que ela saiu na calada da noite, parecia decidida a não voltar tão cedo.
Desesperou-se.
O que faria agora? Foi para a sua sala.
E encontrou um bilhete em cima da mesa.

" Eu só queria poder te dizer boa noite, mas não posso.
Talvez sussurar algo em seu ouvido, cantar uma canção para te fazer dormir.
Mas você é a mais bela das minhas ilusões, admito.
Nunca percebeu o jeito como eu baixo a cabeça? Do quanto eu reluto para não ter que te olhar? Os dias que fiquei triste e tentava arranjar uma desculpa?
Ah, se lembrou não é?
Era por sua causa, meu querido amor platônico.
Eu jamais quis me expor, mas não por vergonha, mas porque as circuntâncias não me permitiram.

E agora?

Eu não poderei permanecer por mais tempo aqui neste lugar.
Mas meu sentimento mais profundo está aqui, neste pedaço de papel que te escrevi...
Não tenho certeza se você vai querer que esse permaneça preso a este papel...

Vou para Londres. Partirei às 15:30."

Ao olhar o relógio, eram 14:30. Apenas uma hora.
Correu para o carro, como louco. Todos ao vê-lo tentavam deduzir o que acontecia, mas foi em vão.
Ele corria contra o tempo, com o bilhete em mãos, a toda velocidade correu ao talvez encontro dela.
Ao chegar, gritava pelos cantos o nome dela. E não a via.
Faltava 10 minutos quando ele chegou aos portões de desembarque...
Correu gritando pelo lado o nome dela, perguntava, dava as características...
E foi anunciado o voo 125 para Londres. Ele caiu sobre seus joelhos.
Não deu tempo.
Mais uma chamada. A última.
E se reergueu, quando de relance a viu passar, cabisbaixa. Correu de encontro a ela.
Ela sumiu na multidão que se formou.
Foi anunciado a decolagem, enquanto ele via pela porta de vidro...
Sentiu uma dor aguda a atingi-lo. Quis chorar, mas não conseguia.
E deixou-se novamente cair de joelhos, chorando pelo fracasso. Enquanto ela observava tudo atrás dele.
Murmurrava palavras, xingamentos, enquanto ela se aproximava.
Ela o tocou de leve.
Ele virou e se espantou.
Ela sorriu, enquanto ele se levantou. Tocou-a de leve e se beijaram.

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