segunda-feira, 13 de junho de 2011

Relance

Enquanto eu fazia as mnha coisas tão tranquila, tão nervosa, tão concentrada... eu o via e você me olhava, de relance.
E quando percebi - morri do coração - ossos do ofício do amor. E o pobre disparava enlouquecidamente, querendo sair pelo mesmo local onde a minha rouca e fina voz tentava sair - mais fraca do que o normal.
E você olhava-me, enquanto vigiava a sala vizinha (encostado no batente), enquanto eu estava na minha sala, enquanto você explicava uma questão qualquer a um colega meu de momento na classe - um olhar nada vacilante, discreto, direto, detalhista.
Detalhista sim, não deixava passar nenhum vacilo meu, nenhum movimento, nenhuma inspiração e expliração ofegante que de meus pulmões saía.
Não me deixava em paz - parecia se divetir em ver meu rosto ruborizado levemente, as minhas mãos tremulantes ao escrever as míseras respostas que eu já sabia.
Divirta-se com as minhas tremulações, com meu nervosismo, com meu desespero... Talvez seja - a próxima chance, quem sabe - a minha vez de te fazer sentir-se assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário