terça-feira, 18 de agosto de 2015

Saco cheio


Lá estou eu. Na frente do laguinho.
Hoje meus pés alcançam a água. Ela fez um círculo de ondinhas quando toquei-a com a ponta do dedão.

Não é um dia ensolarado. Está nublado, quase chovendo.
Só venho aqui quando preciso pensar.
Estou de saco cheio.
De estudar e não ter retorno.
De não ter energia.
De não ter um hobby.
De não ser mais uma criança.
De não poder conversar com as pessoas que eu gosto.
De não poder sair.
De não ter tempo.
De aturar desaforos.
De não poder fazer nada.
De ter que fazer tudo.
De não te ter.

Estou de saco cheio. Não quero mais aturar nada.

Nada vindo de você.
Dos amigos em vão.
Do trabalho monótono.
Do tempo que não para.
Da vida que não passa.
Da vida sem graça.


Nenhum comentário:

Postar um comentário