sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Contra mão

Percebi que as pessoas com quem eu convivo não andam bem. Nem eu ando tão bem comigo mesma.

Ás vezes, nós acreditamos que somos nós a parte errada da história - como se cada ação nossa fosse digna de um julgamento ferrenho, pois cada uma delas tem impactos tão diretos e dolorosos para quem estiver perto.

Mas quando se pensa nas ações, se para também para pensar  nas reações, seguimos o exemplo claro que todo mundo já passou na vida: a primeira festa. Todo mundo espera para poder ir naquelas festas que só acabam com o raiar do sol do outro dia. O quanto isso é legal pra gente? Poxa, muito né - a gente passa dias a fio planejando a roupa, vendo quem vai, que horas vai chegar, e etc.
E o quanto nossos pais acham isso ruim? O mesmo tanto que a gente acha bacana, afinal, eles não querem que a gente se meta numa grande furada.

Isso se aplica a tudo - há coisas que por mais que nós queremos fazer, outras pessoas vão achar aquilo muito desnecessário. Uma vez que cada um tem uma visão diferente.

Mas o mais importante é o consenso em que ambos cheguem - talvez uma pessoa não concorde com uma ação que você faça, porém ela estará te dando todo o apoio necessário. É uma atitude muito altruísta - uma vez que abrir mão de uma ideia sua para aceitar outra inconcebível por conta dos riscos é quase um tiro no ego às vezes. Nós tendemos a fazer as coisas que no fim das contas nos sejam as mais confortáveis possíveis - pensando também como isso afeta as pessoas e as causas que isso trariam. 

Mas já passaram pela situação de você fazer algo e a pessoa simplesmente mudar contigo, assim, do nada? E você perceber que foi por uma atitude sua - que você sabe que não vai afetar a pessoa diretamente, mas a pessoa faz questão de achar ruim - e simplesmente se afasta. Isso porque não houve falta de aviso da sua parte de fazer tal coisa, mas você sempre se sentia falando com a parede quando tocava nesse assunto? Pois é.

Às vezes, algumas escolhas são feitas porque justamente temos certeza que isso não afetará ninguém - porém pessoas se ressentem. É escolha dela também não aceitar, mas  creio que tudo há um jeito, uma forma mais tranquila de ser resolvida, uma conversa no título de lavação de roupa... Onde todos se estressa, fala tudo oq eu vier a cabeça, mas no fim das contas, tudo se resolve.

Tudo talvez se resolveria muito quando nós usamos aquelas palavras: "eu preciso falar com você...."

sábado, 21 de janeiro de 2017

Dos relacionamentos que acabam

(créditos: blog BLDG 25 - February Lookbook Behind The Scenes)


De uns tempos para cá, comecei a associar as pessoas com o mito da caixinha de Pandora: tudo é uma infinita novidade até quando a nossa curiosidade se torna ação e decidimos ver o que há dentro.

Conto isso porque venho vivenciando, até que de perto - por dizer assim, um caso que me corta o coração dizer, mas não o digo. Tudo começa porque eu conheci uma pessoa que veio a virar um bom amigo no ano passado. No período em questão eu o conheci em meio de um relacionamento aberto - e como eu ainda não havia superado um caso anterior, eu não me senti segura para arriscar.No fim das contas se manteve uma amizade legal.

Com o passar de alguns meses, no entanto, este mesmo amigo veio a mim conversar um pouco  (normalmente nestes tempos de internet e celular, a gente se comunica mais por aplicativo do que cara a cara) - e qual foi a minha surpresa - muito triste, diga-se de passagem - que o relacionamento do meu amigo havia terminado e ele estava de coração partido. Eu não sou nem um pouco expert em conselhos, pois geralmente eu sou do lado do coração partido mesmo. Coube a mim ouvir tudo em silêncio e tentar entender junto com o mesmo a situação.

E então o ano virou. Enquanto eu ainda mandava cumprimentos de feliz ano novo, o contato dele apareceu na lista, respondendo a pergunta que eu tinha deixado a dois dias atrás (não porque ele não queria falar, ele é mesmo esquecido) e no desenrolar da conversa, ele comenta da moça - que ele mandou o feliz ano novo, como amigo mesmo e não sabia se obteria resposta.

Nessa hora eu pus a cabeça para pensar: eu também não sou mais próxima da pessoa que eu gostava - vá lá a tentativa de 15 em 15 dias quando de repente brota alguma mensagem dele no meu celular e eu respondo. Ás vezes eu penso que aquela mensagem não chegasse seria melhor. Mas não estamos aqui falando de mim, e sim do meu amigo, que se sentiu frustrado por não obter resposta. Será que ela deveria responder mesmo - só por educação? Ou será que ela fez certo em simplesmente não responder.

Eu acredito que quando algo chega ao fim, tudo deve ser deixado muito as claras. Talvez sobre sentimentos, mas se houve um fim é porque não estava certo, de fato. Ninguém é obrigado a gostar de alguém porque teve um passado com aquela pessoa. O problema é que muitas vezes o outro conta com a percepção da pessoa, de que simplesmente acabou. É como se a gente trouxesse a sensação do bloquear um contato em um aplicativo para a vida real.

Não estou dizendo que as pessoas deveriam agir com hipocrisia ou por simples diplomacia/educação. Estou dizendo que nós perdemos o tato de mostrar que acabou. Do tato de deixar claro os nossos limites. A menina não está errada em não retribuir, mas ambos erraram por não deixar a situação clara e agora estar à deriva.

É um grande favor deixar claro que não há interesse para alguém. E mais quando a pessoa sente que não pode passar aquele limite. É como evitar estar em uma prisão sem nem mesmo nela pisar. Por isso, ouso dizer que terá vezes que isso possa ser dito de uma maneira ríspida, se houver resistência, mas antes dito do que apenas ser algo a ser descoberto por percepção.