quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Saga


 Estação Luz, 11:00 da manhã de sábado.

Ela estava com um vestido de renda branca com comprimento até o joelho e usava uma rasteirinha de correias douradas... Sua cabeleira era cortada em camadas, e era de um negro com belas ondulações naturais, o qual naquele dia estava meio preso com seu comprimento meio solto e enfeitado com delicadas presilhas... Usava uma bolsa de couro também.
Era um dia muito tranquilo, ela estava com um tempo livre e decidiu ir visitar uma amiga. Mas, antes de ir, resolveu parar na Luz, matar a saudade dos velhos tempos do entra-e-sai alucinante ao som quase inaudível do dedilhar das notas no piano.
Então foi... Tirou o chapéu e pusera em cima do piano junto com a bolsa e começou a dedilhar as notas de sua música favorita - aquela mesma que a fazia lembrar daquele amargo desejo reprimido de amar.
E tocou, firmemente, enlouquecidamente. O  dia era chuvoso, mas ainda havia um raio de sol básico...
Um arrepio subiu-lhe à espinha... O ar lhe faltou...
Ele; usava uma saruel jeans, uma camisa preta e uma jaqueta da mesma cor. Seguiu em direção à escada rolante, indo em direção ao trem - com destino à  Estação Paraíso. Ela pegou a bolsa, viu-o passar e tirou um papel cor de rosa onde escreveu versos e pediu para um pequenino do local entregar a estrofe improvisada para o príncipe.
A criança correu cambaleante no meio da multidão e ao alcançar aquele cuja a adorada dela era leal, puxou-lhe as roupas com força e entregou-lhe o bilhete perfeitamente dobrado e perfumado... E novamente, assim como entrou, sumiu do nada entre a multidão.
E o bilhete dizia a ele:

"Se eu soubesse que o nosso amor era uma coisa tão aguda,
Eu procuraria te abandonar antes do fim,
Mas com teus beijos minha voz ficou muda
E não mais como uma aluna...
Aprendi a lição depois de tanto errar."

Ele começou a correr atrás dela e na porta principal viu o vulto voluptuoso da sua princesa... E assim como ela o conquistou do nada, ela o abandonou lá, sumindo na multidão costumeira da cidade.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Volta...


Conto os minutos já cansavelmente, já não sinto a mesma alegria, meu sangue já não ferve, eu me sinto anestesiada...
O que aconteceu com você? Porque sumiu do nada e me deixou a ver navios?
Todos já perceberam o pesar em meus olhos, estou me contendo para não jogar tudo para o alto... Mas o amor fala mais alto, como sempre...
Amor, amor, amor...
Por quê você não volta pros meus braços? Eles estão tão sem vida... Por quê você não vem atrás dos meu beijos? Minha boca sente falta do veneno bom que a sua boca me dava... Por quê você não vem atrás de mim? Meu corpo sente a falta do seu, ardente, sobre o frio meu...
Por favor, volta... Volta, eu te suplico!
Volta, porque eu te amo...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fixação


Estou entediada... "Como assim?"
    Minha mente se remete à mesma imagem que de ti tenho - oh meu Deus; isso não é real, é?
    Meu corpo parece que recebeu um torpor esquisito. Conto os segundos mentalmente - me preparando; como se fosse em um ritual . Eu pareço estar me entregando a você sem nenhuma resistência.
    Eu posso até prever o final dessa história - um script romântico como esse não é visto todos os dias. O que você anda aprontando? É magia, truque ou alguma promessa?
    Já não importa. Eu já estou necessitando do seu corpo desesperadamente. Cedo demais? Talvez, mas a culpa foi sua de ter me atraído a você. Sua pele, seus olhos, sua voz - parece que essas características foram projetadas para uma "sedução absoluta", como se você me dopasse com toda essa sua beleza. E às vezes eu não me sinto à altura, um deus ao lado de uma mera mortal - mas talvez "essa mera mortal" a qual eu me alto-julgo deva ter detalhes que tanto lhe prendem a mim.
    Já não importa o que eu fale, o que eu reivindique, ou o que eu abandone... no final, eu estarei sempre nesse ciclo vicioso que é você.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O pós





Nós estamos acostumados a nos confortar com a situação que está diante de nós... E quando isso nos é tirado?


Perder o que foi conquistado com tanto esforço é indiscutível... Nós choramos; maldizemos a nós mesmo ou quem (ou o quê) teria provocado isso, chutamos com força tudo o que vemos pela frente...

E não adianta de nada... Como se reerguer?

O maior erro que cometemos é comparar os feitos. Ninguém sabe se certo ato era melhor que outro e tal...

O primeiro passo deveria ser a aceitação da perda.
A gente pode renascer como fênix - juntar cada pedrinha do castelo antigo e construir um mais alto, inexpugnável, mais belo. Usar a experiência passada e começar a projetar - esse é o segundo passo.
Terceiro passo? Hum,  que tal a decoração? Hã?
Isso, decorar... Escolher cada detalhe do seu novo castelinho - as cores, quem irá habitar e etc...

O último passo é curtir, sorrir e amar cada parte do seu novo "eu".

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Me


Não me deixa cair...
Mesmo que tudo começe a correr contra mim?
Mesmo que eu deixe de amar?
Mesmo que eu tente deixar de sorrir?

Não me deixa cair em lágrimas...
Mesmo que alguém me tire o chão para pisar?
A inspiração para escrever?
E a vontade de sonhar?

Me derruba?
Quando eu precisar de um abraço?
Quando eu esquecer de olhar meu caso?
E quando eu não medir o meu passo?

E por fim, me levante...
Quando eu tentar?
Quando eu, por dor, não quiser?
Quando eu, sem motivação, resistir e chorar?

Por favor, me derrube quando eu precisar de um abraço, mas nunca me deixe cair em lágrimas....

Confusão



Por quê não entende?
Não viu as chances que eu tenho deixado passar?
Não é por querer; e nem é por fidelidade... É a lealdade que eu crei pelo respeito que tenho a ti.
Esperava que eu não soubesse do que estava acontecendo? Sim, eu sabia desde o começo, só que eu havia dado como caso encerrado.
Por quê escondeu isso?
Preferia levar a porrada na hora do que agora - tanto tempo passado depois... Respeitasse-me como eu fiz com você...
Mas não estou cobrando nada, é uma relação mútua... Entretanto a vida prega belas peças - só não esperava que a próxima cajadada que ela me desse viesse das suas mãos.
Acredite; eu minto quando te disse que não estou brava - estou desabando pelo sentimento de raiva por ter sido iludida... Mas não devia pensar nisso...
Minha declaração final? Procure-me quando tiver resolvido a confusão da sua mente;
Quando não houver vestígios de outra no seu coração;
Quando você tiver certeza do que é melhor para nós dois....