(créditos: blog BLDG 25 - February Lookbook Behind The Scenes)
De uns tempos para cá, comecei a associar as pessoas com o mito da caixinha de Pandora: tudo é uma infinita novidade até quando a nossa curiosidade se torna ação e decidimos ver o que há dentro.
Conto isso porque venho vivenciando, até que de perto - por dizer assim, um caso que me corta o coração dizer, mas não o digo. Tudo começa porque eu conheci uma pessoa que veio a virar um bom amigo no ano passado. No período em questão eu o conheci em meio de um relacionamento aberto - e como eu ainda não havia superado um caso anterior, eu não me senti segura para arriscar.No fim das contas se manteve uma amizade legal.
Com o passar de alguns meses, no entanto, este mesmo amigo veio a mim conversar um pouco (normalmente nestes tempos de internet e celular, a gente se comunica mais por aplicativo do que cara a cara) - e qual foi a minha surpresa - muito triste, diga-se de passagem - que o relacionamento do meu amigo havia terminado e ele estava de coração partido. Eu não sou nem um pouco expert em conselhos, pois geralmente eu sou do lado do coração partido mesmo. Coube a mim ouvir tudo em silêncio e tentar entender junto com o mesmo a situação.
E então o ano virou. Enquanto eu ainda mandava cumprimentos de feliz ano novo, o contato dele apareceu na lista, respondendo a pergunta que eu tinha deixado a dois dias atrás (não porque ele não queria falar, ele é mesmo esquecido) e no desenrolar da conversa, ele comenta da moça - que ele mandou o feliz ano novo, como amigo mesmo e não sabia se obteria resposta.
Nessa hora eu pus a cabeça para pensar: eu também não sou mais próxima da pessoa que eu gostava - vá lá a tentativa de 15 em 15 dias quando de repente brota alguma mensagem dele no meu celular e eu respondo. Ás vezes eu penso que aquela mensagem não chegasse seria melhor. Mas não estamos aqui falando de mim, e sim do meu amigo, que se sentiu frustrado por não obter resposta. Será que ela deveria responder mesmo - só por educação? Ou será que ela fez certo em simplesmente não responder.
Eu acredito que quando algo chega ao fim, tudo deve ser deixado muito as claras. Talvez sobre sentimentos, mas se houve um fim é porque não estava certo, de fato. Ninguém é obrigado a gostar de alguém porque teve um passado com aquela pessoa. O problema é que muitas vezes o outro conta com a percepção da pessoa, de que simplesmente acabou. É como se a gente trouxesse a sensação do bloquear um contato em um aplicativo para a vida real.
Não estou dizendo que as pessoas deveriam agir com hipocrisia ou por simples diplomacia/educação. Estou dizendo que nós perdemos o tato de mostrar que acabou. Do tato de deixar claro os nossos limites. A menina não está errada em não retribuir, mas ambos erraram por não deixar a situação clara e agora estar à deriva.
É um grande favor deixar claro que não há interesse para alguém. E mais quando a pessoa sente que não pode passar aquele limite. É como evitar estar em uma prisão sem nem mesmo nela pisar. Por isso, ouso dizer que terá vezes que isso possa ser dito de uma maneira ríspida, se houver resistência, mas antes dito do que apenas ser algo a ser descoberto por percepção.
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