segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Oh woman Oh man

Confesso que alguns dias o famoso Spotify fez uma pra Deus ver comigo. Cansada de sempre procurar as mesmas músicas, comecei a futricar nas playlists prontas do aplicativo e eis que uma música surge no meio daquela playlist específica: Wasting My Young Years, do London Grammar.
Para a minha supresa  - ou coincidência em dobro - a letra falava de uma situação complicada que eu tenho passado pessoalmente com uma pessoa que, atualmente, não consigo definir o que sinto por ela.

Mas o título acima também é referente a uma música dessa banda.



O que me fez vir aqui escrever um texto sobre esta música? Bem, quase o mesmo motivo do parágrafo anterior, só que essa música é sublime demais para que uma análise passe desapercebida dela.

Há alguns momentos na nossa vida que, por mais sensatos que sejamos com o outro, nem sempre tem-se o que é preciso. E necessariamente, nem tudo o que é dito é cumprido.
Mas, muito mais do que isso, é o nosso real esforço. Todas as relações são grandiosos aprendizados para quem as vive com toda a intensidade necessária. Mas temos grandes problemas em aceitar quando não há espaço para gente na vida do outro. E quanto mais persistimos, mais difícil é aceitar os rompimentos seguidos.

Digo isso porque, quanto mais insistimos, mais criamos uma realidade dura para todos os envolvidos. Promessas, palavras, complicações e tantas mágoas que não cabem em nós mesmos. Temos aquela  coisa do heróis - que, com muito esforço, tudo se consegue. Mas existem coisas que não vamos conseguir mesmo - e tudo bem. Derrotas fazem parte da vida, pois coisas precisam findar para que nós possamos prosseguir com novos planos.

E escolher o novo caminho é mais tortuoso do que tudo. Pois também não somos seres que gostam de duvidar. Não lidamos bem com incertezas e isso nos faz cultivar o pior sentimento: o medo.

Porém, uma coisa que aprendi é que devemos manter uma criança interior que, com a ajuda de uma mente adulta que nós desenvolvemos com os anos, podemos nos arriscar de certa forma. Todo o novo vem acompanhado de riscos.

Por isso, pergunto a você - assim como tenho me perguntado tantas e tantas vezes enquanto ouvia essa música quase aos prantos: aquilo realmente vale a pena tanto quanto o novo caminho?
Na dúvida, a resposta é sempre o não. Hora de começar do zero, igual a mim.

sábado, 8 de setembro de 2018

Endurecimento

Eu gostaria de poder dizer a quem lê este blog que a vida não é dura.
Talvez seja até prepotência minha, mas muitas vezes a vida realmente não é dura. Somos talvez flexíveis demais pra coisas que nos pedem tamanha severidade.

Ninguém nesta vida gosta de se sentir pressionado - pressão significa menos. Menos espaço, tempo,  ideias, análises. Menos raciocínio, menos conhecimento. E em cada situação, alguns desses fatores se tornam cruciais  para a tomada de decisões importantes.

(Fonte: Spyros Papaspyropoulos. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/spyrospapaspyropoulos/8677402693)

Mas é nessas situações difíceis que somos obrigados a nos voltar para o interior. Analisar cada parte doo nosso ser que seja capaz de resolver a questão. Em tempos que você acha quase tudo na rede, ouvir a intuição ou se atentar a qualuqer sinal que não seja de forma eletrônica é complicado. Algumas vezes até mesmo certas coincidências descrevem exatamente o que precisamos fazer.

E a vida realmente não é dura, somos nós que não aprendemos ainda internalizar certas situações e evitar que o mesmo ciclo se repita. Porque tudo tem um porquê, nossa  vida é tão cheia de capítulos e personagens e quanto mais nós tentamos nos desvencilhar do que é preciso viver, mais a vida se tornará "injusta".Na verdade ainda não aprendemos que somos completamente responsáveis por tudo que nos ocorre - seja de bom ou de ruim.

Então não se sinta mal quando você "endurece". Na verdade uma situação lhe exigiu uma postura mais rígida diante da situação em que você se inseria. Entenda todo o padrão daquela questão, entenda o que lhe foi ensinado. E o mais importante: não deixe isso acontecer novamente.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Contra mão

Percebi que as pessoas com quem eu convivo não andam bem. Nem eu ando tão bem comigo mesma.

Ás vezes, nós acreditamos que somos nós a parte errada da história - como se cada ação nossa fosse digna de um julgamento ferrenho, pois cada uma delas tem impactos tão diretos e dolorosos para quem estiver perto.

Mas quando se pensa nas ações, se para também para pensar  nas reações, seguimos o exemplo claro que todo mundo já passou na vida: a primeira festa. Todo mundo espera para poder ir naquelas festas que só acabam com o raiar do sol do outro dia. O quanto isso é legal pra gente? Poxa, muito né - a gente passa dias a fio planejando a roupa, vendo quem vai, que horas vai chegar, e etc.
E o quanto nossos pais acham isso ruim? O mesmo tanto que a gente acha bacana, afinal, eles não querem que a gente se meta numa grande furada.

Isso se aplica a tudo - há coisas que por mais que nós queremos fazer, outras pessoas vão achar aquilo muito desnecessário. Uma vez que cada um tem uma visão diferente.

Mas o mais importante é o consenso em que ambos cheguem - talvez uma pessoa não concorde com uma ação que você faça, porém ela estará te dando todo o apoio necessário. É uma atitude muito altruísta - uma vez que abrir mão de uma ideia sua para aceitar outra inconcebível por conta dos riscos é quase um tiro no ego às vezes. Nós tendemos a fazer as coisas que no fim das contas nos sejam as mais confortáveis possíveis - pensando também como isso afeta as pessoas e as causas que isso trariam. 

Mas já passaram pela situação de você fazer algo e a pessoa simplesmente mudar contigo, assim, do nada? E você perceber que foi por uma atitude sua - que você sabe que não vai afetar a pessoa diretamente, mas a pessoa faz questão de achar ruim - e simplesmente se afasta. Isso porque não houve falta de aviso da sua parte de fazer tal coisa, mas você sempre se sentia falando com a parede quando tocava nesse assunto? Pois é.

Às vezes, algumas escolhas são feitas porque justamente temos certeza que isso não afetará ninguém - porém pessoas se ressentem. É escolha dela também não aceitar, mas  creio que tudo há um jeito, uma forma mais tranquila de ser resolvida, uma conversa no título de lavação de roupa... Onde todos se estressa, fala tudo oq eu vier a cabeça, mas no fim das contas, tudo se resolve.

Tudo talvez se resolveria muito quando nós usamos aquelas palavras: "eu preciso falar com você...."

sábado, 21 de janeiro de 2017

Dos relacionamentos que acabam

(créditos: blog BLDG 25 - February Lookbook Behind The Scenes)


De uns tempos para cá, comecei a associar as pessoas com o mito da caixinha de Pandora: tudo é uma infinita novidade até quando a nossa curiosidade se torna ação e decidimos ver o que há dentro.

Conto isso porque venho vivenciando, até que de perto - por dizer assim, um caso que me corta o coração dizer, mas não o digo. Tudo começa porque eu conheci uma pessoa que veio a virar um bom amigo no ano passado. No período em questão eu o conheci em meio de um relacionamento aberto - e como eu ainda não havia superado um caso anterior, eu não me senti segura para arriscar.No fim das contas se manteve uma amizade legal.

Com o passar de alguns meses, no entanto, este mesmo amigo veio a mim conversar um pouco  (normalmente nestes tempos de internet e celular, a gente se comunica mais por aplicativo do que cara a cara) - e qual foi a minha surpresa - muito triste, diga-se de passagem - que o relacionamento do meu amigo havia terminado e ele estava de coração partido. Eu não sou nem um pouco expert em conselhos, pois geralmente eu sou do lado do coração partido mesmo. Coube a mim ouvir tudo em silêncio e tentar entender junto com o mesmo a situação.

E então o ano virou. Enquanto eu ainda mandava cumprimentos de feliz ano novo, o contato dele apareceu na lista, respondendo a pergunta que eu tinha deixado a dois dias atrás (não porque ele não queria falar, ele é mesmo esquecido) e no desenrolar da conversa, ele comenta da moça - que ele mandou o feliz ano novo, como amigo mesmo e não sabia se obteria resposta.

Nessa hora eu pus a cabeça para pensar: eu também não sou mais próxima da pessoa que eu gostava - vá lá a tentativa de 15 em 15 dias quando de repente brota alguma mensagem dele no meu celular e eu respondo. Ás vezes eu penso que aquela mensagem não chegasse seria melhor. Mas não estamos aqui falando de mim, e sim do meu amigo, que se sentiu frustrado por não obter resposta. Será que ela deveria responder mesmo - só por educação? Ou será que ela fez certo em simplesmente não responder.

Eu acredito que quando algo chega ao fim, tudo deve ser deixado muito as claras. Talvez sobre sentimentos, mas se houve um fim é porque não estava certo, de fato. Ninguém é obrigado a gostar de alguém porque teve um passado com aquela pessoa. O problema é que muitas vezes o outro conta com a percepção da pessoa, de que simplesmente acabou. É como se a gente trouxesse a sensação do bloquear um contato em um aplicativo para a vida real.

Não estou dizendo que as pessoas deveriam agir com hipocrisia ou por simples diplomacia/educação. Estou dizendo que nós perdemos o tato de mostrar que acabou. Do tato de deixar claro os nossos limites. A menina não está errada em não retribuir, mas ambos erraram por não deixar a situação clara e agora estar à deriva.

É um grande favor deixar claro que não há interesse para alguém. E mais quando a pessoa sente que não pode passar aquele limite. É como evitar estar em uma prisão sem nem mesmo nela pisar. Por isso, ouso dizer que terá vezes que isso possa ser dito de uma maneira ríspida, se houver resistência, mas antes dito do que apenas ser algo a ser descoberto por percepção.

sábado, 31 de dezembro de 2016

Libertação

(créditos: @orionvanessa - Instagram)

Antes de tudo e de nada: o que é, de fato, libertação?
Será apenas um sentimento indubtável de alívio? Será também quando você perceber seus caminhos livres? O que é ser liberto?

Muitas vezes, na antropologia, a libertação é associada ao fim de uma situação de prisão, de escassez, de encarceramento que o indivíduo se encontra.
Mas nem sempre o sentido antropológico da coisa só fica na História que estudamos na escola desde a primeira série até o terceiro ano do ensino - às vezes, e muitas vezes, nós carregamos isso para as relações sociais que temos - ou por vezes sem querer, ou por muitas e muitas vezes sem saber.
E aí vem o sentimento de perda, de impotência, de privação de desejos e a única coisa, que no fim ansiamos, é a liberdade.
Mas o que vem antes da libertação? A crise, a revolta. No momento em que nos damos conta da situação que nos aprisiona e do quanto a gente permitiu que isso acontecesse, o sentimento de raiva parece incontrolável. Nesses momentos em que a cabeça parece sair voando do corpo, é preciso se acalmar e refletir do que aconteceu.

As crises são as chances que temos de ver que as coisas dão errada e que temos uma nova forma de pensar e de mudança. O que está errado está mostrando uma saída para que a gente se liberte.

Por mais que parece ser difícil, às vezes é preciso romper toda as barreiras e padrões que antes nós achávamos que fossem certos. É a hora de promover a mudança que é precisa - mesmo que venha com muita dor e sofrimento. É a chance de crescimento.

Por isso, o sentido de libertação vai mais do que apenas o alívio. A libertação vem com rompimentos, com renovações, com mudanças na psique e no comportamento do indivíduo tanto no individual quanto no coletivo. Libertação é mudança.

Que ela seja bem vinda, então.

domingo, 24 de abril de 2016

E.N.D


Demorou muito. Mas apagou.
Bloqueou-se daquele contato muito líquido, fluido, que quase não restava nada.
Facebook? Oras, já tinha ido embora junto com aquele troco de whatsapp e a caralhada a quatro.

Teria ela voltado para os anos 90? Talvez. Mas disse que queria recomeçar do zero e assim o fez.
Todos acharam muito estranho aquele comportamento tão anti-social - justamente ela, que era sempre tão comunicativa e presente nos ambiente que frequentava!

"Ás vezes é preciso apagar uma coisa de uma vez por todas quando nunca se existiu nela" - disse, uma vez para um amigo antes de decidir partir desta vida virtual. Aqueles que só mantinham contatos por intenções injustas ou só pra sondar terreno acham aquela atitude um absurdo.

"Absurdo seria mesmo?" Pensou, de tamanha prontidão enquanto se questionava em apagar aqueles aplicativos do celular. Seria tão absurdo mesmo excluir de si aquilo que não era real pra si mesmo? Seria absurdo mesmo parar com o que no fundo só te fazia mal?

E enquanto pensava, um filme sobre os últimos anos de sua vida passava na mente. De fato, teve momentos que fora feliz, mas que custaram pelas lembranças tristes. Talvez algumas pessoas de fato não mereciam tal distanciamento - mas por se sentir tão arrebentada, ela não merecia oferecer para si mesma e para quem um dia a amou tanto cacos de si.

E respirou fundo.
Apagou cada aplicativo. Um por um.
Cada número da agenda. Um por um.

Caíram lágrimas, "é normal, vai passar"- e repetia com tamanha convicção para não perder a coragem.
E ao fim de tudo, não sabia se tinha feito certo ou errado.

Estava feito.
E agora, estava recomeçando.

(continua)

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Adeus


Sabe, demorou muito pra que eu admitisse isso: você me dói.
Demorou muito pra admitir também, no começo, o quanto eu estava disposta por você. O quanto eu me importava e amava você, de uma maneira tão idiotamente linda. Pelo menos pra mim.
Antes eu sei como eu projetava um mundo ideal em cima de você e sei que foi injusto. Que foi injusto tudo o que eu fiz. Mas sempre você foi livre, e isso era importante de manter e de respeitar, da minha parte.
Então você se foi.
E eu estagnei.

E de repente você volta, mas eu estava diferente.
Eu estava perdida. E com medo. De tudo e de todo mundo. Mas eu sentia sua falta.
Desculpa também por não te dizer isso. Por nunca ter coragem de dizer nada.
Mas lá estava você. E eu não sabia o que fazer.
E deu errado de novo.

E eu fui embora.

E de novo você quis voltar. E deu errado de novo.
E eu me sinto triste.
Triste por tudo.

E eu só queria ver você feliz e sorrindo, porque é o momento que você fica mais incrível. Antes era uma imagem. Depois eu aprendi sobre você. E eu ainda queria ver você sorrindo do mesmo jeito.

Você é uma pessoa boa. E tem que continuar sorrindo. Mas você me dói.

E. Bem. Agora que tá tudo esclarecido. Eu preciso mesmo ir embora, não me leva a mal, por favor.
Mas dói.
E eu não sei lidar com você aqui.
E meu mundo tá desabando. E tá uma droga. Eu me sinto morta.
Mas eu tenho que ir. Sozinha.

Adeus. Porque eu não posso dizer se algum dia eu volto.

Adeus. Espero que continue bem.