A cada que passa eu deixo um pedaço de mim nas ruas - quem sabe seus olhos... oh, lindo olhos e tão frios, percebam essa parte recém tirada do meu corpo - e ainda quente - largada na sarjeta... e que te surja a ideia de levar para casa, para decorar a mesinha no seu quarto... assim como cada vestígio seu decora o meu mundo.
Seus olhos, ainda nítidos. O castanho-escuro que sempre me fez mergulhar no mais obscuro abismo da existência humana - da minha própria existência e do meu ser! Ah! Malditos olhos, que há de tão iressistível neles? De tão intenso e mortífero?
Me sinto acorrentada desde que os senti em mim... eu podia pertencer ao mundo, não?
Mas você fez questão de me fazer pertencer a você.