sexta-feira, 22 de agosto de 2014



Um olhar, uma miragem.

Eu te amo!

Uma foto, fala, um gesto...

Cara, eu te amo!

Eu sempre vou levar essa culpa comigo e sei que o tempo vai se encarregar de nos separar ainda mais. Não sei se pensa em mim depois de todo esse tempo, se um dia se perguntou sobre mim... Não espero isso de você, fique tranquilo.
Não espero mais nada das pessoas, apenas por respeitar mais o livre-arbítrio do que nunca.
Não vou ficar mentindo dizendo que não tentei com outras pessoas. Não vou mentir dizendo que te esqueci. Não vou ficar mentindo pra ninguém espalhando falsos “eu te amo”.

Ter te visto doeu. Doeu, sangrou, arregaçou qualquer estrutura que eu pensei que tinha aqui dentro.

Menti para o mundo para que ele não soubesse o real motivo da minha dor. Omiti isso sim, não acho que deveria ser assunto para qualquer um. O que eu sinto não é nada banal para que os outros tentem silenciar com palavras de conforto - que mais me parecem frases feitas agora. Ninguém quer se importar com o sofrimento alheio. E eu não espero isso de ninguém.

Quero te dizer apenas que ainda dói. Quero te dizer que vou fazer o impossível pra esquecer o que houve, para que isso não te prenda nas minhas lembranças e nem que me machuque para sempre. Quero dizer que não tenho muito amor a mim mesmo, que eu realmente não presto, mas amar é só uma vez. E eu já tive a minha. E obrigada, mesmo assim: por me partir ao meio, por me arrebentar... por ter me tornado humana.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014


Eu acho incrível quando alguém declara certa opinião no facebook - ou em qualquer rede social e o quanto dos mesmos curtem tal declaração.
Depois que o mundo foi se tornando cada vez mais individualista com esse tipo de tecnologia - é cada vez mais constante se deparar com certas declarações que te deixam realmente em dúvida se você conhece tal pessoa.

Vamos ao meu caso: dia desses, ao acessar o tal facebook, me deparei com a publicação de um amigo que sempre admirei, concordando com o que uma amiga dele havia dito que conversar com uma máquina programada é mais interessante do que com uma garota.
Enquanto me deparava com tal declaração, arregalados os olhos e engolindo em seco - pensei comigo mesma se algum dia eu conversei com ele mesmo ou com alguma máscara que ele usou... Por que realmente foi um choque e algo que eu jamais esperaria ver. Me senti mal - pensando mesmo que essa pessoa pode não ter sido a que eu conheci.

E tantas outras coisas, de outros amigos/colegas que eu já li e que me surpreenderam tanto quanto essa me fazem questionar se esse uso de rede social não tem se tornado invasivo demais ou se isso contribui para um escancaramento de verdades tão ácidas quanto o refrigerante do supermercado...

Então, continuei a me indagar, de forma que me reavaliei para saber se alguma vez caí nessa onda de "reação espontânea de verdadeirizar fatos" - uma forma pessoal mais eufêmica de dizer que "postei merda" na rede.  E claro que sempre descobrimos a própria falha  - e também pensei no quanto aquilo que eu falei pode ter ferido alguém algum dia - e se, o que eu disse tinha alguma argumentação plausível para validação - como num processo mesmo, não precisar ter o que validar? E assim como na maioria das vezes, as minhas estavam lotadas de inconsistências que me deixaram com vergonha de ter dito isto alguma vez na minha vida...

Por vezes - agora ainda mais, eu vou me por a pensar em como me expressar - sabendo que considerar o que o outro sente não seria censura - para alguns, talvez até possa ser - mas de que adiantaria ser cru demais? E eufemizar também não significa mascarar - é apenas a adoção de um bom senso que, para muitos, não custaria nada e não magoaria ninguém...

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Sumiço


Sumi sim.

Mas sumi por não saber lidar com lembranças. Emoções são como objetos - tê-lo é possuí-los. As lembranças são como esses objetos emocionais que todo mundo tem - mas a partir do momento em que atribuo a eles a posse, se tornam infinitos dentro de mim.

Uma lembrança pode me ser um lugar, uma bebida, um papel ou fato do qual não pude me esquivar. Uma lembrança também pode me ser um corte, um perfume, uma marca qualquer - mas que me marque, de alguma forma.

E então começa a machucar, a partir do momento que percebo que meu esforço não serviu para nada. Começa a cortar fundo e liberar um cheiro ocre de raiva, talvez assim eu diria que seria a mágoa... E escorre um líquido transparente enquanto eu reluto (às vezes, também em vão) para estancar esse sangramento.

E aí começo a tratar o ferimento com novos sentimentos, na tentativa de fechá-lo de uma forma que nunca mais se abra. Mas demora, é um processo que a descrença naquilo que antes parecia límpido e irredutível. As inúmeras vezes em que em vez de me tratar, eu enfio com mais força meu dedos nessa ferida para buscar os erros. As aberturas são ainda maiores aqui. O sofrimento continua o mesmo (quando não se alastra como um câncer). Cada mágoa minha é uma doença que eu não sei se o tratamento é eficaz.