sexta-feira, 5 de setembro de 2014






"Não há nada pior que não admitir o erro."

Por muito tempo, enquanto a raiva inconsequente me consumia, eu custei a admitir a culpa. Passava a viver na letargia e remoendo mágoas e que isso me fariam esquecer tudo - mas não foi muito legal.

Acabei consentindo com a verdade, aceitando que ela vem acompanhada de muita dilaceração de si mesmo. Que ela está lá, sempre - e que não deixa de te perseguir - mesmo que você não esteja mais onde cometeu o erro. E que independe de espaço, interação, tempo... Ela vai estar ali. Aceitei-a.

E foi doendo. Doendo.
Doendo...
Cortando...
Sangrando...

E fui também, cortando outros erros que eu colecionava: algumas realidades incabíveis, alguns projetos que não vingaram, algumas pessoas que nada me acrescentaram... E essa limpeza ainda continua, enquanto a verdade ainda fizer efeito. E sempre fará.

Conheci outros amigos, vivo outra realidade - mais dura, com bem menos sonhos e alegrias. A rotina é a companheira diária. As mensagens por celular não fazem tanta falta e ligações realmente são mais divertidas. Os passeios ficaram mais escassos, mas agora são mais valiosos: são por pessoas por quais eu me esforço para tê-las - e não menciono isso de forma negativa, muito pelo contrário: o que dou a elas, eu sinto receber de volta, de alguma forma.

Não reclamo tanto como antes; não consigo mais ser tão espontaneamente eufórica e as coisas agora continuam sendo ambíguas - porque eu adquiri um pouco mais de calma para melhor discerni-las. Falar? Somente se for o caso ou se a ocasião for mais descontraída.

Escuto mais, prendo a atenção nas coisas que antes eu nem sabia que existiam...

Em suma: estou me reerguendo devagar, ainda com mais tropeços do que degraus ultrapassados - mas, é um começo... doloroso, mas sim... um começo.

[ Mas ainda há caos dentro de mim...]