- Quero te dizer uma coisa...
- Pois diga - disse ele, se ajeitando na cama, ao lado dela.
- Já faz tempo que estamos juntos...
- Sim. Você me conheceu enquanto namorada aquele cara.
- Você sentia ciúmes?
- Não... - disse, aparentando estar seguro.
- E desde então, estamos juntos.
- Desde que nos vimos naquela praça, depois os encontros na minha casa e outros tantos enquanto você estava indecisa entre eu e ele.
- Fui errada? - pergunta, com medo.
- Talvez não. Você não era feliz com ele na época que me conheceu? - perguntou ele.
- Não... - suspirou, cansada.
- Então não, você não era errada.
- Eu me sentia sempre errada. Mas eu não conseguia ficar longe de você.
- Muito menos eu, boba.
- E se aquela situação tivesse durado por mais tempo?
- Não seria problema nenhum desde que eu tivesse liberdade.
Ela sentiu ciúmes. Ele não olhou e continuou falando os motivos que, a ela, eram inconcebíveis. Mas nada poderia fazer, afinal, ela também errou. Mas por amor.
Na época tinha sido um escândalo e tanto o término do namoro com o ex. Ela não parecia muito se importar de tão farta que vivia com aquela situação. O amante veio se tornar o oficial um bom tempo depois, já com a poeira baixa. Todos estranhavam o interesse entre eles.
Mais uma vez ela tentou dizer o que queria e ele relembrou do resto da história de amor.
- Bem, eu desisto! - e se aproximou do abajur, desligando-o e voltou a se ajeitar na cama.
Ele sorriu, e aproximou-se do ouvido dela, dizendo:
- Não fique brava, eu já sei o que você iria dizer - e dando-lhe um beijo na bochecha - eu também te amo.