Hoje não vai ser um texto fofinho, nem nada... mais um desabafo, na verdade. Eu me silencio nos meus textos, porque não há ninguém com quem eu converse e me ouça normalmente - sem jogar na minha cara que eu sou dramática, que é frescura, que eu sempre exagero.
Eu procuro ficar quieta. Porque não quero ouvir gente me julgando, sendo que eu só queria ouvir “tá, vai ficar tudo bem”. Não quero que me expliquem tudo - afinal, nem tudo tem resposta.
Tenho muitos amigos que não me significam nada e muitos que fazem muito para significar. Há uma coisa em cada um que faz com que uma pessoa se aproxime dele - e por algum motivo eu vejo que isso se esvai, muitas vezes. É uma desconstrução a cada dia. Eu penso nisso quando penteio o cabelo no banheiro, ou quando a banalidade não me atinge.
Eu penso nos meus amigos, na minha vida, na família que eu insisto em ter - mas que para eles as coisas banais são mais importantes do que entender os meus problemas. Penso na minha faculdade. Nas pessoas que eu amo. Naquilo que eu quero destruir em mim.
E vejo que é quase tudo que eu não quero mais.
Eu vejo que são letras e palavras que me confortam. Que eu vivo escrevendo pra gente que não gosta de me ler. Que o meu esforço em ser sincera é visto muitas vezes como grosseria.
Então eu me calo, mais uma vez. Enquanto eu explodo por dentro, querendo destruir tudo o que eu sinto, no mundo físico eu estou calada. Quieta. Intangível. Não parece que eu estou vivendo.
Sobrevivendo, talvez? Talvez.
Eu comemoro coisas simples sem parecer muito empolgada. Eu choro muitas coisas sem parecer que eu esteja mesmo sofrendo. Eu seguro muita coisa quando eu queria mesmo era deixá-las explodir. Eu interpreto a minha própria vida, enquanto eu ouço os mais importantes na minha cabeça.
Não, não interpretem esse texto como pedido de ajuda. Não cometam o erro da insensibilidade. Aqui é apenas um desabafo, alguém que queria apenas cuspir o que vem engolindo a dias. A meses.
Enquanto eu escrevo, eu choro por dentro, de alívio.
Obrigada, por me ler. Apenas.